quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Julieta Imortal - 1ºcapítulo.

1
Verona, Itália, 1304



Á noite, poderia entrar pela porta. O castelo está silencioso, os empregados adormecidos, e a Ama o deixaria entrar. Mas ele escolhe a janela, subindo pelos ramos das flores noturnas, carregando as pétalas em suas vestes. 
 Uma pedra se solta e cai ao chão. Ouço seus gemidos ao correr em seu auxílio. 
É romântico, um sonhador, e não tem medo de se entregar.


Continua?

  Continuação do primeiro capítulo

  É valente e corajoso, e eu o amo por isso. Desesperadamente. O amor que sinto me deixa sem ar. É como se morresse e renascesse sempre que olho em seus olhos ou passo meus dedos trêmulos por seus cabelos.
Eu o amo quando caminha por entre as pedras esscorregadias, suas pernas fortes flexionadas debaixo das calças, como se nao houvesse motivo para preocupação, como se não estivéssemos infringindo nenhuma regra e não fôssemos castigados ao chegar a única casa que conhecemos. Amo quando procura minhas mãos e as coloca em seu rosto macio, inspirando minha pele como a mais doce pétala presa em seu casaco. Amo quando sussurra meu nome, Julieta, como uma prece pela entrega, uma promessa de prazer, um voto de que toda essa doçura será eterna.
Para todo o sempre.
Apesar de nossos pais, e de nosso príncipe, e do sangue derramado em praça pública. Apesar de termos pouco dinheiro e raros amigos e de nosso futuro supostamente brilhante tornar-se escuro e nebuloso.

Devo continuar?




4 comentários:

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